Era astrólogo ou simples poeta?
Era o vidente do ar.
Tinha uma loja azul-cobalto,
claro céu dentro do bazar.
Teto e paredes só de estrelas:
e a lua no melhor lugar.
Sentado estava e tão sozinho
como ninguém quis mais estar.
Conversava com o céu fictício
que em redor fizera pintar.
Que respostas receberiam
as perguntas do seu olhar?
(Dentro da tarde inesquecível,
houve o céu azul num bazar,
perto da alvura da mesquita
na fresquidão de Tchar Minar.
Viu-se um homem de além do mundo
era o vidente do ar!)
“Poemas Escritos na Índia”, 1953
Cecília Meireles
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