Muito boa a explicação do meu mestre sobre esta polêmica, por isso divido aqui com vocês...
"De tempos em tempos é trazida à tona essa polêmica com relação aos signos, tanto quanto à sua visualização quanto à existência de um 13º signo.
Quando falamos dos signos em Astrologia estamos nos referindo ao Zodíaco Tropical, que está associado aos trópicos do planeta e associados também às estações do ano, em seus equinócios e solstícios, e não ao Zodíaco Sideral, esse sim o que é visível no céu.
Os movimentos da Terra são vários, dentre eles os mais conhecidos como a rotação e a translação. Outro importante movimento é o da Nutação, movimento que a Terra faz em torno do Eixo perpendicular ao plano do sistema solar.
Esse movimento chamado de Nutação, que faz o eixo da Terra se movimentar como um peão, faz ocorrer o Precessão dos Equinócios, um movimento que tem um ciclo completo em torno de 26.000 anos.
Aproximadamente no ano Zero esse equinócio, que marca o início da Primavera no Hemisfério Norte e o Outono no Hemisfério Sul, apontava para o ponto Zero da constelação de Áries, marcando as estações do ano coincidentes com o início do Zodíaco no signo de Áries.
Com esse movimento de Precessão, com um passo de aproximadamente 1º a cada 72 anos, atualmente o início das estações não coincide mais com esse ponto Zero da constelação de Áries.
A visualização do céu por esse ponto Zero da constelação de Áries é o que chamamos de Zodíaco Sideral.
Como referencia temos um outro Zodíaco, o chamado Zodíaco Tropical, que marca o início das estações do Ano, esse sim a base para os signos em Astrologia, que se manifesta em funções da Terra, com esse referencial celeste.
Aproximadamente no ano Zero, então, os dois zodíacos eram coincidentes, e o que era visível correspondia ao que era percebido na terra pelas estações do ano.
Com esse período de 2.000 ocorreu, como sempre ocorrerá, um deslocamento entre os efeitos da Terra o que é visível no céu.
Atualmente esse deslocamento, essa diferença entre os dois zodíacos, é de aproximadamente 28º, chamado de Ayanansa, o que faz com que a constelação visível não corresponda à estação do ano correspondente.
Por exemplo: Em torno do dia 21 de Março, quando o dia e a noite têm a mesma duração, o Equinócio, marcando o início da Primavera no Hemisfério Norte e o Outono no Hemisfério Sul, a Terra, a natureza e todos os seres vivos, responde à expressão que os astrólogos chamam de Áries, apesar de que olhando o Sol neste dia veremos a Constelação de Peixes, com esse deslocamento de aproximadamente 28º para trás.
Isso explica o porque de afirmarmos que quem nasce no dia 21 de março tem o Sol no SIGNO de Áries, a 0º, mas está localizado na CONSTELAÇÃO de Peixes.
Signo não é a mesma coisa que constelação.
A Astrologia se baseia em ciclos que a Terra responde em termos naturais, através da marcação das estações, e não no que é visível em constelações.
Por observação contínua, percebe-se que essas manifestações e estímulos que a Terra e os seres vivos responde, são 12, distribuídas a partir do início das estações.
Ao visualizarmos o céu observamos as constelações zodiacais que se encontram na rota aparente do Sol, do ponto de vista da Terra. Em sua trajetória é estimulado um tipo de atividade através dos 12 setores definidos pelo Zodíaco Tropical, o que está associado às estações do ano.
Nessa mesma trajetória ele se movimenta pelo Zodíaco Sideral, o que é visível da Terra, com a diferença de deslocamento da precessão dos equinócios.
Nessa trajetória vemos o Sol passar pelas constelações zodiacais, que têm os mesmos nomes dos signos da Astrologia em seu zodíaco tropical
Os signos astrológicos, os sinais que a Terra responde junto à natureza, são 12. Entretanto nessa trajetória o Sol percorre 13 constelações, sendo uma mais além do Zodíaco Tropical: a constelação do Serpentário, Ofiúcos, que se encontra entre Escorpião e Sagitário.
Como a Astrologia não se baseia no Zodíaco visível, Sideral, mas sim no Tropical, que se estabelece em efeitos na Terra, essa constelação não é considerada, já que não tem esse efeito sobre a Terra.
Quando um dia nascer alguém fora da Terra, em Marte, por exemplo, teremos outra Astrologia, e quem sabe esse Serpentário possa lá pelas bandas de lá, se manifestar.
Essas explicações acima foram feitas de modo bastante sintético e simples, requerendo muito mais tempo, explicações técnicas e gráficos, mas já mostra como é essa diferença entre o que é visível no céu e o que é percebido na Terra.
É ótimo quando essas polêmicas são levantadas, já que trazem a oportunidade de se esclarecer como é o efeito astrológico.
Mostra que a Astrologia é um efeito natural, terrestre, que faz parte de tudo o que compõe nosso planeta e nossa existência.
Grande Abraço e Boa Luz a todos"
Robson Papaleo, astrólogo
Diretor de cursos e eventos
4 comentários:
Maria
Excelente post e muito bem explicado. Fiz link lá no Cova, no final do meu post. Abraço.
Boa tarde,
Por indicação do amigo António Rosa, vim até ao seu blog ler este artigo.
Quero deixar os meus parabéns.
E aproveito para informar que vou partilha-lo na minha pág. do facebook e no meu blog terrAmena.
Muito obrigada e um grande abraço.
Filomena
Simplificando mais ainda:
1- A astrologia acredita em signos, definidos pelas épocas do ano - início, meio e fim das estações (3x4=12 combinações).
2- As constelações foram batizadas em homenagem a esses signos, pois os antigos usavam o mapa celeste para se orientar e marcar o tempo.
3- Logo, os signos vieram antes das constelações, e não o contrário. E logo as constelações mudarem de posição não influirá em nada na crença tradicional da astrologia, e os escorpianos podem ficar tranquilos que não estão em extinção.
Impressionante é que a astrologia é mãe da astronomia, ele devia saber desse princípio histórico básico.
Adorei o post, parabéns!
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